sexta-feira, outubro 20, 2006

Histórias de Autocarros

Todos sabemos que andar de autocarro é sempre uma aventura, cheia de emoção e adrenalina! Nunca sabemos quando vão chegar, e quando chegam nunca sabemos que malucos vamos encontrar lá dentro, se o motorista pisa ovos ou acelera tipo Schumacher...é uma emoção, verdade??! Mas este verão... este verão fui confrontada com uma situação que irrita qualquer utente que tem de se levantar cedo para trabalhar...
Pois bem, este fandango que durou todo o santo verão começa às 8.30h com uma espécie de prólogo. A esta hora sai da primeira paragem o autocarro que apanho para me deslocar até ao local de trabalho. Este só chega ao pé de mim 15m depois. Mas nada disto interessa, pois umas certas senhoras, com uma larga idade e larga proporção vão dormir para a paragem (Deve ser a hora de ponta para porem a conversa sobre doenças e exames em dia..), Oraisto faz com que quando a malta chega à paragem a horas decentes, já elas lá estejam a marcar o ponto, o mesmo é dizer: aguentas que elas entram primeiro.
8.45 am - o autocarro chega e uma verdadeiro teste à tua paciência tem início. As senhoras que em comum têm as doenças, os exames, as queixas dos maridos e as largas proporções dianteiras e traseiras (de todas as expressões que me lembro são as menos más); ora estas senhoras começam a sua entrada no autocarro ( que tem corredores estreitos, so possibilitando a passagem de uma pessoa e nada mais). Poêm um pé no primeiro degrau e tentam com que a traseira acompanhe a dianteira, mas enquanto isso vai e não vai, miram o motorista para ver se o conhecem. Segue-se o segundo degrau, acompanhado por um "ai" e uma segunda mirada ao motorista (de referir que tudo isto é acompanhado por pausas)E finalmente chegam lá a cima, e miram agora quem lá vai dentro, enquanto quase que enfiam o passe nos olhos do motorista. Vão agora decidir onde se vão sentar. e começam uma avaliação dos lugares disponiveis. A sorte da malta que aguarda atrás para entrar, dita que não escolham os lugares da frente e que vão carregadas com sacos, flores e grandes malas. Elas avançam...devagarinho como convém.... e fixam a vista num dos lugares (neste momento, abrem-se as portas do céu para que estão atrás, todos pensam "é agora!") e rodam para se sentarem... o sacos batem na cara de um desgraçado que está sentado.... a traseira da senhora, igualmente..... o glúteo está quase a tocar no assento.... um mais afoito contraisse e tenta contornar a senhora, para seguir em frente, mas... oh não!!!! A senhora não está satisfeita com o lugar, não era bem aquilo que ela queria, e com o movimento rápido levanta-se, o sacos voam na direcção da cara de alguém, o mais afoito é travado por uma imensa barriga, os que seguem a atrás param de repente gerando um choque em cadeia e se tivermos a sorte do autocarro ir em andamento, o percurso feito pela dita senhora até ao lugar desejado é feito aos solavancos, e alternadamente a malta que tá que sentada vai levando com os sacos, a traseira e dianteira na cara, seguido por "ai desculpe" com sorriso desdentado ...!
Esta situação ocorreu todo o verão, sendo quase inacreditavel o tempo perdido nestas andanças!
Eu sei que quando chegar áquela idade, tb poderei ser assim, anafada e chata! Mas , pelo menos tentarei ir, ao centro comercial depois da hora de ponta, depois dos jovens trabalhadores que se esmifram para que ainda haja reformas terem seguido para os seus paradisíacos postos de trabalho!
Dado a situação por mim vivida, e por acreditar que muitos vivem estes e outros dramas no autocarro, aqui vos convido a partilharem a suas histórias de autocarros. Mas, atenção, não se querem as queixas clichés de como os autocarros são maus e estão sempre atrasados, etc... Mas histórias que se passem dentro dos autocarros com aquele maluco ou criançinha....
Não sintam vergonha, não sofram em silêncio um drama que pode ser comum a muita gente! Partilhem a vossa indignação!!!!! :)

1 comentário:

marta disse...

aconteceu-me uma ontem.... eu nem quis acreditar... eu também vivo na azáfama de depender de transportes públicos e, na minha santa paciecia, so nao quero que me chateiem! bom...onze da noite, no bus que pára em todas as capelinhas, no silencio das janelas que nao fecham bem e nas velhotas a falar aos berros (mesmo a essa hora nao se cansam, é um facto!), tres estridentes sinais de paragem soam pelo autocarro! nada de anormal até agora, se nao fosse o facto do motorista gritar "nao queres tocar mais oh ranhoso?!" ... eu pensei que ficasse por aqui, no entanto, o senhor, de chapéu de chuva em mao, diz "repita lá isso!" e corre até ao pé do motorista a dizer que nao admite que fale assim com ele... sabem qual foi a reacção? um motorista ja com idade para ter juizo, liga o rádio aos altos berros, começa a cantarolar e a dizer "a porta está aberta" ! o outro claro que se passa e diz "isto nao fica assim, seu ordinário" e sai. Eu nem queria acreditar..Portugal no seu melhor! Estas histórias davam para uma reflexão mais profunda, mas o importante é dar os parabéns pelo blog e esperar que mais histórias mirabolantes como estas sejam descritas! ;) evidentemente que quando toquei à campainha para sair, foi um modesto e seco toque...bip.

Marta